sábado, 14 de agosto de 2010

Persona: um jeito alternativo de criar personagens

Persona talvez não tenha sido o primeiro RPG a usar o conceito de desenvolvimento de personagem durante o jogo (DIP na sigla em inglês), mas sem dúvida é um sistema que enfatiza isso ao máximo.

A idéia é que você comece o jogo com uma folha em branco, apenas com o nome do personagem, um conceito simples e um trailer. Isso mesmo, como se fosse uma apresentação de cinema, simples, que descreve seu personagem fisicamente e dá uma idéia de o quão estiloso ele é.

Feito isso, começamos o jogo. Assim, sem mais nem menos? É, assim mesmo. Conforme o jogo vai rolando, você vai precisar de certas habilidades, chamadas fragmentos, para vencer alguns desafios. A idéia é que, quando um desafio importante aparecer, você DEVERÁ comprar ao menos um fragmento.

Exemplo: Jean Boiteux é um assassino profissional, entretanto ele precisa de um veículo, e rápido, pois a polícia está vindo. ele pára um carro e tenta intimidar o dono para conseguir levar o carro. O narrador decide que a dificuldade deste desafio é 7, você rola os dados e tira 5, entretanto, como você rolou um desafio, você é OBRIGADO a comprar pelo menos um ponto em algum fragmento. Você decide que Jean sempre carrega sua Magnum no coldre, pois foi um presente de seu desaparecido mentor,, e compra o fragmento "Magnum maestra" valendo 2 pontos. O mestre entende que este fragmento realmente ajuda neste desafio, então você soma seu 5 ao 2 da Magnum e vence o desafio.

Note que você não evoluiu, você apenas descobriu algo que seu personagem sempre foi, um cara que sempre carrega uma magnum. A idéia é justamente você ir descobrindo seu personagem durante o jogo, adicionando fragmentos (que são divididos em várias categorias) que ajudam a descrever seu personagem, conforme eles vão sendo necessários.

A principal vantagem desta idéia é que, como o desenvolvimento do personagem se dá a cada desafio, você dificilmente terá alguma coisa inútil na sua ficha, ou que não funciona "como você imaginava". É como você ser um mago e aprender somente magias de combate, e durante o jogo você descobre que as outras magias seriam mais importantes ou mais divertidas.

Não menos interessante, é o fato de que seu personagem será muito mais heróico, pois, no momento que alguma coisa é adicionada à personalidade dele, todos estarão vendo, ou seja, você sempre terá a oportunidade de brilhar! E os personagens vão ficando ainda mais interessantes conforme o jogo vai rolando!

Além disso, isso cobre aquele clássico problema de "eu sou um mago, matei dez orcs e agora eu sei falar élfico!".

Conforme o jogo vai passando, você também pode ir evoluindo fragmentos que você já possui, com o background adequado é claro, e aos poucos você vai cada vez menos "descobrindo seu personagem". e mais progredindo ele.

Persona foi escrito por Tim C. Koppang, é um jogo gratuito que promete uma nova visão dos personagens, vale a pena conferir!

Abraços e bons dados!

2 comentários:

  1. Há um sistema de ficção científica, não recordo agora o nome, onde os personagens do grupo começam todos iguais. Eles acabaram de libertar-se de uma mente coletiva. Conforme vão desenvolvendo sua personalidade e habilidades individuais, as novas caractrísticas são transmitidas à ficha. Acho que tem semelhanças com a proposta que você apresenta.

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  2. Realmentem pelo que você descreveu, parece outro sistema fortemente baseado no DIP.

    Vou dar uma procurada, e, de repente posto ele por aqui ;D

    Valeu pela dica e bons dados!

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